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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ensaio – O Fim do Tempo (3ª Parte - Conclusão)


Finalmente, chegamos a uma analogia entre aquilo que chamo “Eu” (ou, “Meu Espírito” ¹) e aquilo que chamo “Universo” (no sentido de tudo o que está fora de mim e não sou eu). Esta “simpatia” entre a intenção subjacente ao meu espírito e o próprio comportamento universal é justamente o que chamou minha atenção e levou à criação do presente texto. Antes de falar na intenção do espírito, falemos da “intenção da matéria”.

Todo o caminho percorrido por partículas atômicas, sua reunião em uma imensa estrela e, em seguida, a expansão ou conversão do que era matéria em energia é, penso, análogo a todo o processo percorrido pela vida até a formação de uma criatura de tal configuração que leve à criação de algo não material, o meu espírito. Assim, meu corpo está para a matéria em geral assim como meu espírito está para a energia em geral que pode ser produzida à partir desta matéria. Este processo do “corpo ao espírito”, análogo ao processo da “matéria à energia” nos elevam do conceito atual de Vida e expande nossa consciência até uma visão de Vida Universal. Mas isto é discussão para uma ocasião futura ².
Retomando a questão “intenção subjacente ao meu espírito”, quero chamar a atenção para o caminho inverso ao exposto acima. A direção “do espírito ao corpo” e, sobretudo, a direção da “energia à matéria”. Se experimentamos em nosso espírito estes dois sentimentos tão profundos que são o “Amor” (presença) e a “Saudade” (o desdobramento do Amor na ausência), observamos na matéria um comportamento de atração (também de repulsão, mas esta é ofuscada por aquela), a “Gravidade”. Observamos em todos os níveis físicos um complexo equilíbrio de atração e repulsão no “comércio” de partículas que ocorre nos fenômenos do chamado eletro-magnetismo. Todo o Universo, como o conhecemos, é organizado e mantido sob esta máxima. Não obstante, por mais que possamos discutir o equilíbrio de energias positivas e negativas em âmbito atômico (tenho em mente as aulas sobre prótons, nêutrons e elétrons), e por isso mesmo equilíbrio de atração e repulsão, sempre há um “superávit” residual de atração, o que observamos no âmbito dos corpos maiores sob a forma da Gravidade. O mais interessante neste aspecto é que por mais que os programas de ciências que vemos na televisão relatem que o Universo esteja em expansão, portanto, um eterno processo de distanciamento entre os corpos que o compõem, não são poucos os que defendem que no fim a Gravidade reverterá tal processo, levando à implosão do próprio Universo. Em outras palavras, a atração exercida por cada corpo aos demais que lhe são adjacentes criará um processo universal de atração que levará à reunião de todos os corpos em um único ponto.
Não sou capaz de dissociar a “intenção” subjacente ao cosmo em reunir, por meio da gravidade, cada mínima partícula que esteja a se distanciar neste exato momento, com a “intenção” subjacente ao meu próprio espírito de reunir, em um único ponto, atemporal, todas as pessoas, situações e lugares. O “Amor” e a “Saudade”, em sentido lato, se manifestam como “Gravidade”. A “Gravidade”, refinada pelo riquíssimo processo evolutivo que levou à consolidação do homem, se destila em “Amor” e “Saudade”. No fim do Tempo residirá, talvez, a plenitude da Presença!

Nota:
¹ Como já afirmei antes, que “Meu Espírito” seja lido em sentido epistemológico, portanto, sem que se incluam discussões religiosas e/ou teológicas acerca do mesmo (embora o presente ensaio caminhe naturalmente para algo assim)
² Antes que me acusem de pretender reinventar “teogonias”

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