Cabeçalho

Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

sábado, 11 de agosto de 2012

Uma questão de Fé!


Estava eu visitando alguns interessantíssimos vídeos do universo ateu ¹, quando comecei a refletir sobre a eterna discussão entre crentes e descrentes, ambos vomitando suas “pseudoprovas” da validade de suas crenças e/ou do absurdo das posições contrárias. Surpreendeu-me o quanto é firme e profunda a Fé de um ateu; Digo “Fé”, porque o ponto de vista ateu é tão arbitrário (embora supostamente racional) quanto o de qualquer outra crença. A aposta – afinal, Fé é sempre uma aposta - do ateu é muito mais séria, compromissada e profunda que a de qualquer crente. Recebo esta revelação de uma divindade muito cultuada atualmente, a Lógica.
A coisa toda é muito simples. Quando pensamos em divindade, temos apenas duas alternativas para conduzir nosso raciocínio:
A = Ela existe!
B = Ela não existe!
O “pulo do gato” se dá justamente na análise das conseqüências destas hipóteses ². Se “A = Ela Existe!” é verdadeira, sua confirmação depende apenas da decisão desta divindade em se apresentar. Independentemente do fato deste evento ocorrer no instante seguinte ou daqui um milhão de anos, dentro da hipótese A a divindade estará sempre na iminência de (e sempre revestida da possibilidade de) apresentar-se.
Se, por outro lado, optamos por tratar como verdadeira a alternativa B ou mais, ainda que ela seja efetivamente concreta, ela jamais será passível de verificação empírica. A mais bem elaboração reflexão, ainda que proposta pelo mais brilhante ateu, tratar-se-á sempre de uma especulação logicamente válida, mas qualquer estudante da lógica sabe que “validade” não é sinônimo de “verdade”. Quinhentas laudas de uma obra exclusivamente dedicada à refutação das estruturas sobre as quais assentam-se as crenças religiosas serão facilmente desarmadas por inferências simples como “Talvez ele apenas tenha optado por não se apresentar!”, “Talvez ele seja diferente daquilo que a religião apresenta”, “Talvez ele seja realmente omisso”, “Talvez ele queira assistir nossa emancipação por conta própria”, etc. Jamais haverá (eu acho) mente capaz de abarcar em um único momento a totalidade do Universo e fora dele, assim, jamais haverá a constatação empírica de que deus não está em parte alguma. Vou além, quando/se uma mente vier a apresentar tal capacidade, será ela a prova da divindade que pretendia refutar, será ela mesma a divindade.
Por favor, não se confunda, eu não acredito em Deus. Mas sou honesto o suficiente para admitir que minha descrença é uma questão de Fé, um aposta arbitrária, sem qualquer fundamentação concretamente científica. Se são realmente bem aventurados aqueles que tem Fé, bem aventurados são os descrentes, pois sua Fé é a maior que se pode imaginar.

Notas:
¹ Não sou especificamente ateu mas, como budista, não acredito na divindade judaico/cristã (ou na forma judaico/cristã de divindade), o que me vincula facilmente ao grupo dos descrentes. Em relação aos vídeos, caso tenha curiosidade, recomendo dois (ambos visitados em 11/08/2012):
² Puxa vida, agora me vem a sensação de já ter tratado deste assunto noutra publicação. De qualquer modo, como estou com preguiça de procurar, sigamos em frente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário