21/12/2012: Aqui estamos nós, frente
a MAIS UM fim do mundo! Depois de atingir certa idade, você já assistiu tantas
vésperas de colapso universal que perde a esperança na efetivação de alguma
delas!
Não obstante, existe um “Fim do
Mundo” muito mais concreto e menos distante que aquele previsto pelos
astrônomos; refiro-me ao fim do mundo particular que é experimentado por cada
indivíduo invariavelmente: A Morte! Abstraindo-me de qualquer discussão
metafísica, deixando de lado as promessas de céu, inferno, reencarnação e
afins, a única certeza que temos é que o livro que estamos a escrever, o livro
de nossas vidas, terá um ponto final. Se há outro volume, trilogia, minissérie,
adaptação para o cinema ou qualquer coisa assim, não me cabe especular neste
espaço. O que sei é que tenho algumas folhas em branco! Ignorando se são dez ou
trezentas, responsabilizo-me (ou deveria me responsabilizar) pela busca da
máxima qualidade nos capítulos que ali serão impressos. Aqui me vem à memória
um tempo no qual já não era mais cristão, mas ainda não era budista. Justo
naquela época tive a oportunidade de reler o volume dos “Pré-Socráticos” da
coleção “Os Pensadores”, ocasião na qual fui atingido – virtualmente partido em
dois por um raio – pela seguinte oração, quando citavam Eurípedes:
“Quem
quer se sejas, em lugar difícil de se ver, ô Zeus! Necessidade da natureza ou
mente dos mortais, eu te dirijo uma prece” Eurípedes – As Troianas
Não tive dúvida! Estava frente à
mais profunda e iluminada oração que qualquer mortal poderia ser capaz de inferir.
Quem pode ser mais sábio que Eurípedes? Não transformarei este espaço numa
análise semântica ou epistemológica desta oração! Que cada visitante apreenda
dela aquilo que seu próprio espírito for capaz de capturar! De minha parte, ter
descoberto esta oração gerou uma revolução em minha existência espiritual.
Passei a orar diariamente, e era a Zeus que me dirigia! O magnífico salto é que
já não fazia mais diferença se a divindade existia, a oração abarcava existência,
inexistência, possibilidade, ilusão, esperança e razão! Era plena em si,
independente da presença de quem a ouvisse, de quem a atendesse! Meu coração se
aquietara. Não temia o fim do mundo, o fim do meu mundo, a morte! Orava
diariamente a Zeus, na esperança de obter uma simples graça! Ainda que meu
espírito mortal estivesse condenado à inexistência quando no fim de minhas
atividades orgânicas, que antes disto pudesse experimentar a plenitude do Significado,
enquanto eu continuasse existindo! Significado! Noutra palavra, Propósito! Que
houvesse propósito em meus anseios e realizações! Que eu fosse liberto do vazio
e futilidade do ordinário humano! Ora, desejar algo assim já não é obtê-lo,
enquanto se pede? Significado! Propósito! Que possamos escrever linhas mais
significativas nos dias entre 12/12 e 21/12! Que possamos revolucionar estas
linhas para além de 21/12! Que se danem os calendários americanos primitivos!
Que algo magnífico aconteça no mundo, tão somente porque assim o decidimos!
“O mundo vai acabar, sem dúvida! Acaba para
ti em teu derradeiro dia! Que haja #Significado nos dias que o antecedem!”
@PhdCelo
Notas:
¹
Parafraseando a mim mesmo!
Fim do mundo como dito em profecias irão sempre continuar existindo. Hehe. Infelizmente, pode ocorrer o pior, não necessariamente um "fim do mundo", mas a humanidade não está tão bem estruturada para sobreviver aos perigos que podemos enfrentar. O que podemos fazer é investir no avanço da ciência que a longo prazo irá nos proteger, não a todos, pois como vc disse, eventualmente todos irão encarar o fim, mas a raça humana. Em pensar que em 2023 já teremos humanos morando em Marte, é o começo de uma enorme multiplicação das nossas chances de sobrevivência. :)
ResponderExcluirE a oração, me lembrou desta: "Se eu te adorar por medo do inferno, queima-me no inferno. Se eu te adorar pelo paraíso, exclua-me do paraíso. Mas se eu te adorar pelo que Tu és, não escondas de mim a Tua face”. (Rabia 800 D.C.)
Abraço.
Fico feliz pela sua fé na humanidade!
ExcluirSendo uma das suas especialidades o cinema (convido todos a visitar o http://quartier.blog.br/), devo conduzir o diálogo ao filme "O dia em que a Terra parou" (versão de 2008). Por vezes me pergunto se vale a pena salvar tal espécie e me pego pensando como Klaatu, "Sou amigo da Terra!".
Vez ou outra um humano me devolve a esperança, alguém para para um pedestre atravessar a rua, alguém cede ao idoso um lugar não reservado, alguém devolve o troco incorreto. Nestes momentos penso que frente à destruição do planeta eu recuaria, dizendo "Klaatu barada nikto!"
PS: EXTREMAMENTE inspiradora a oração de Rabia!