Estendendo a reflexão para além do
limite "uma única existência" atingimos um nível reflexivo que é,
simultaneamente, matemático, físico e literário.
Matemático por mergulhar fundo no mundo
das probabilidades.
Físico pela relação quase carnal com
teorias como a do Big-Bang, das cordas, etc.
Literário por flertar com a
criatividade humana, alimentando-se desta para voador por sendas nas quais a
caminhada seria lenta e árdua.
Vejamos que visão de existência cada degrau
nos dá. Pense neste universo neste momento. Sua extensão incalculável abarca um
número inimaginável de estrelas, cada qual com sua "trupe"
planetária. As condições necessárias para a existência de vida como conhecemos
são difíceis de se apresentar, mas considerando o número de estrelas e planetas
existentes não devem ser raros. Imagine então quantos destes planetas poderiam
apresentar vida se extrapolarmos nossas limitadas noções de biologia. Agora subtraia o "neste momento", aplicado há pouco. Expanda
sua ideia de mundos possivelmente abrigando vida acrescentando o incalculável
número de mundos que já existiu e que existirá neste universo.
Satisfeito? Eu não. Espantado com a
imensa possibilidade de vida? Ainda não o bastante. Acrescente
"Big-Bang" ao cálculo. Considerando passado, presente e futuro deste
universo a possibilidade de vida já é absurda. Pense em explosões, expansões,
colapsos e implosões. Infinitos universos sucessivos, cada qual com seu
incalculável volume de estrelas, planetas, vida e civilizações.
Já perdeu a conta? Não basta. Introduza
teoria das cordas, universo holográfico, universos em membranas, etc. Cada
linha de infinitos universos passados e futuros se desenrola paralelamente a
infinitas linhas, cada qual com seu infinito número de universos passados e
futuros. Cada um com incontáveis possibilidades de estrelas, planetas, vida,
civilizações. Cada civilização destes incontáveis mundos pulverizados nestes
infinitos universos multiplicados por infinitas linhas dimensionais possui, em
si, um quase infinito número de indivíduos, separados no passado, presente e
futuro daquele civilização específica. Uma possibilidade quase infinita de
histórias numa única civilização multiplicada pelo infinito de civilizações
possíveis.
Hora do pulo do gato (ou hora do wormhole): introduzamos a literatura. Se preferir, inclua os sonhos, as
alucinações induzidas por entorpecentes, qualquer manifestação criativa. Agora
me diga, qual história que você tenha criado, sonhado ou lido pode ser marcada
com o rótulo "certamente nunca aconteceu"? Qualquer história que você
ou outro seja capaz de conceber necessariamente aconteceu na vida de um
indivíduo em particular, em um dos infinitos universos possíveis. Qualquer
história criada é, necessariamente, vida passada ou vaticínio, certo com se
embaralhar um baralho infinitas vezes te levará a obter, por simples regra de
probabilidade, um baralho organização por valor e nipe.
Comecei está reflexão dizendo que
recordei de vidas passadas. Qualquer história que te ocorra, considerando a
hipótese acima, trata de uma vida passada (dizer que é uma vida passada sua é
outra coisa. Não tratarei de metafísica).
Mastigue isto. Processe, reprocesse,
engula ou cuspa. Em seguida me diga porque o fez.
Concluiremos este diálogo em Vidas Passadas - Conclusão
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