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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Salário Máximo

A violência e a criminalidade são problemas evidentes da sociedade contemporânea. No Brasil sofremos diariamente com os males que nos atingem direta (meu pai foi assassinado quando eu tinha 9 anos) e indiretamente (o terror vem até nossa porta e, caso nos esqueçamos dele por um instante, os telejornais fazem questão de nos lembrar desta presença).

Hoje, enquanto almoçava, fui assaltado por uma ideia quase comunista, mas nitidamente eficiente. Antes da ideia, porém, apresento a fundamentação lógica. A origem da criminalidade não é a pobreza ou miséria em si. O "roubei para alimentar meus filhos" deve ser aplicável a uma fração insignificante dos crimes praticados. Se você visita uma área de extrema pobreza verá homens e mulheres dispostos a revirar o lixo por alimento antes de recorrer ao crime. Pobreza gera sofrimento, não crime. A maior fonte de criminalidade é, parece-me, a desigualdade social - que não significa o mesmo que pobreza.
O abismo crescente entre a faixa de renda mais baixa e a de renda mais alta engendra ressentimento, insatisfação, desespero, matéria prima da violência.
Discutir salário mínimo é perda de tempo. As desculpas para retardar seu aumento são inúmeras e o mar de gente com renda inferior ao que deveria ser o piso é revoltante. O acumulo de recursos entre minorias elitizadas, por outro lado, deveria ser amplamente revisto, não retomando as ridículas discussões totalmente infrutíferas sobre como é injusta a desigualdade, muito menos pedindo para este seleto e quase sempre corrupto ("quase" por mera educação) grupo realizar doações.
O que precisa ser definido com urgência - e aqui serei tachado de comunista ou, no mínimo, inconstitucional - é um salário máximo. Um teto salarial serviria de freio para a corrupção,  uma vez que o poder aquisitivo dos políticos seria reduzido e controlado, logo, certas aquisições seriam evidências incontestáveis de ganhos paralelos.
Um teto salarial restringiria a avidez comercial do setor privado, no qual a diferença entre o salário de quem realmente realiza a tarefa e de quem meramente finge coordenar os processos é descomunal.
Finalmente, um teto salarial serviria de equalizador social, posto que estaria diretamente vinculado ao salário mínimo. Qualquer aumento naquele só poderia acontecer em resposta a um aumento neste. Eu iria além, determinando um fator matemático que reduzisse o aumento do salário máximo (ex: a taxa de  aumento do s.Max. será sempre 1/2 da taxa aplicada ao s.min.).

Eu não sou romântico! Sei que algo assim é utópico. Sei que ainda que fosse aplicado seria muito fácil obter e mascarar ganhos "paralelos". Mesmo assim eu decidi jogar a ideia no ar, se não com solução concreta, ao menos alerta da direção na qual deveríamos estar olhando.

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