Cabeçalho

Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

VOTO PELA REDUÇÃO DA ESTUPIDEZ!

Como pai e docente, sou defensor ferrenho de que a revisão de nossas politicas educacionais é muito mais urgente que a redução da maioridade penal. Como filho de um pai assassinado enquanto trabalhava, quem sabe por um menor, sou perfeitamente capaz de compreender as argumentações de quem pede a redução.

            O que me parece absurdo é o quão limitada pode ser a visão dos participantes da briga e, sobretudo, o profundo nível de estupidez de boa parte deles. A argumentação lógica dá lugar (se é que posso dizer “dá lugar” para algo que nunca esteve ali) à agressão, ofensa, preconceito, homofobia (dada a presença do Dep. Jean Wyllys), etc. Comportamento execrável! Mas a estupidez dos envolvidos chega em um nível um pouco mais profundo, complexo e, por isto mesmo, menos evidente que este: a incapacidade de avaliar os eventos em perspectiva temporal, para além de mandatos ou de vidas particulares.
            Façamos juntos um exercício intelectual simples (aqueles que forem capazes de fazê-lo). Há duas hipóteses. Vamos segui-las até um pouco mais adiante e ver onde deságuam:
a)      A Redução da Maioridade Penal não acontece, a manobra do Cunha é revertida e novas votações são vetadas. Em um cenário ideal, democrático e com preocupação legítima com a população, esta situação fomentaria outras discussões, bem mais salutares e efetivas, tais como “Precisamos rever nosso sistema carcerário, pois não recupera, apenas guarda e adia”, “precisamos rever a atuação do nosso judiciário, obtendo transparência e agilidade”, “precisamos repensar nossas polícias, trocando truculência por defesa concreta do cidadão”, “precisamos de reforma educacional urgente, pois como está apenas garantirá mais menores para prender daqui 14 anos”, “crimes cometidos por políticos devem leva-los à cadeia comum, assim como desejam fazer com os menores, pois se o argumento para a redução são as dezenas de pais de família que um menor pode matar, um político corrupto mata centenas”. Etc;
b)      A Redução da Maioridade Penal é rediscutida e, com as manobras realizadas, finalmente é aprovada. Os animais enfurecidos que urram nas mídias sociais enquanto a baba escorre por entre seus dentes raivosos entram em estase. Políticos oportunistas são transformados em heróis defensores da moral e ganham pontos para futuras eleições. A discussão chega ao fim e, como a “solução para a sociedade” foi obtida, nada mais precisa ser abordado. Daqui 14 anos, quando não houver mais como prender nem onde prender, quando houver recorde de assaltos e homicídios e o volume de marginais exceder o número de recém formados no ensino médio capazes de passar em concursos para polícias ou vestibulares para cursar direito, só então alguém dirá “Acho que precisamos de algumas outras medidas. Como era mesmo aquela conversa sobre educação?”;

Por favor, não ofenda minha inteligência reduzindo-me à corja dos direitos humanos (os desprezarei até vê-los em campanha maciça por escolas cujos tetos não caiam sobre a cabeça das crianças ou por normas na saúde pública tão rigorosas quanto as da ANS) ou com a originalíssima acusação de marxista (não duvido que o seja, mas não há nada de socialista na presente tese). O que apresento é um convite à visão lógica da coisa, saindo da manipulação de opiniões provocada por massas políticas cujo horizonte nunca excede 4 ou 8 anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário